Notícias / Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase
27/01/2015 às 09:46
Sociedade Brasileira de Patologia orienta população sobre a doença e alerta para o diagnóstico precoce
Com a proximidade do Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase, datado em 25 de janeiro, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) orienta a população sobre a doença infecto-contagiosa, transmitida por meio das vias respiratórias, e alerta para a importância do diagnóstico precoce. Segundo dados do Ministério da Saúde, 31.044 mil pessoas foram atingidas pela doença apenas em 2013. Maranhão, Mato Grosso, Pará, Tocantins, Rondônia e Goiás são os estados que mais tiveram transmissões da doença. Em 2014, dados iniciais mostram que o Brasil teve 24.612 novos casos.
O bacilo de Hansen, causador da doença, é um parasita intracelular que apresenta afinidade por células cutâneas (pele) e por células dos nervos periféricos. Há três formas diferentes de manifestação da hanseníase: indeterminada, tuberculoide e virchowiana.
“O papel do patologista no diagnóstico é ler as biópsias de pele suspeitas de hanseníase e avaliar as características morfológicas da reação inflamatória, além de procurar o agente etiológico. Essa biópsia precisa ser profunda para avaliar o comprometimento dos pequenos filetes nervosos da derme densa e também para pesquisa da bactéria. Eventualmente, a hanseníase pode comprometer apenas nervos periféricos sem lesões na pele, e no caso é necessária a biópsia do nervo para a confirmação do diagnóstico”, explica a dermatopatologista Milvia Enokihara, da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e membro da SBP.
“O diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento, pois as reações inflamatórias de cada pessoa à bactéria são diferentes. Algumas conseguem destruí-la, mas acabam destruindo a estrutura onde ela está. Com isso, a pessoa perde a sensibilidade dolorosa, térmica e tátil, e as consequências dependem da gravidade, da extensão do acometimento da pele e nervos, e se são irreversíveis ou não. Quanto antes for feito o diagnóstico, menos alterações neurais graves ocorrem, e isso é melhor para o paciente”, completa a dermatopatologista.
Saiba mais sobre a hanseníase*
A hanseníase é transmitida por uma pessoa já doente e sem tratamento que entra em contato com uma saudável. O bacilo de Hansen entra no organismo por meio das vias respiratórias e se desenvolve naqueles indivíduos que não têm boa defesa imunológica.
Sintomas mais comuns:
· Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade;
Área de pele seca e com falta de suor; com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas; com perda ou ausência de sensibilidade;
Sensação de formigamento (parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, dor e tato. A pessoa se queima ou machuca sem perceber;
Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés;
Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos;
Úlceras de pernas e pés;
Nódulos (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos;
Febre, edemas e dor nas juntas;
Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz;
Ressecamento nos olhos;
Mal-estar geral e emagrecimento;
Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas.
* Dados da Secretaria de Saúde do Paraná
Nílceo Schwery Michalany
Associado SBP
Fonte: www.sbp.org.br